Solidariedade
Grupo de voluntários com jipes e barcos acampa na entrada do Laranjal
Eles auxiliam nas demandas de resgate e deslocamentos nos balneários e na Colônia Z-3
Foto: Volmer Perez - DP - Voluntários também monitoram periodicamente as casas deixadas para trás, a pedido de alguns proprietários
Com os níveis do São Gonçalo em 2,97 e da Lagoa dos Patos em 2,73 metros (medições das 19h desta sexta-feira), e águas avançando nos balneários, um grupo de voluntários está desde terça-feira acampado na entrada do Laranjal para auxiliar os moradores do bairro. Colocando seus jipes, camionetes e barcos para enfrentar os alagamentos, eles ajudam a resgatar pessoas e animais, assim como monitoram periodicamente as casas deixadas para trás, a pedido dos proprietários. A mobilização também fornece refeições gratuitas a moradores da Colônia Z-3.
O fogo de chão no meio de três tendas é para cozinhar e garantir o aquecimento dos homens que dedicam seu tempo a auxiliar as pessoas que estão sendo atingidas pelas inundações. O grupo de voluntários conta com cerca de 40 pessoas que se organizam conforme as demandas dos moradores do Laranjal e Z-3, os da linha de frente são os que ficam no acampamento. A iniciativa de ajudar em meio à chegada da água surgiu a partir de um dos voluntários, morador da Colônia Z-3, que pediu o amparo dos amigos de um grupo de buggy para sair de casa. Quando foram resgatá-lo, diversas pessoas pediram para sair junto e foram acolhidas. "A coisa foi se avolumando e fomos juntando também o pessoal de jetski e uns amigos de 4x4, e são esses caras que estão segurando a barra. Nós fornecemos 800 refeições por dia para a Z-3", conta Eduardo Silveira.
O voluntário conta que o trabalho realizado por eles também é auxiliado por outras pessoas solidárias que doam combustíveis e ajuda profissional, como mecânicos, que contribuem quando os jipes e outros veículos sofrem algum dano pela água. "Estamos gratificados pelo que estamos fazendo e pelo retorno das pessoas. Aqui chega qualquer um com problema e dentro do possível a gente resolve", ressalta. De acordo com Silveira, diariamente são pedidos de moradores que precisam voltar para casa para pegar algum documento ou roupas e não tem como acessar os balneários devido ao volume das águas. "Não temos cabeça para trabalhar, então a gente vem para cá e cada um ajuda do jeito que pode. As pessoas chegam aqui toda hora. Aqui já deve ter passado umas 80 pessoas".
Outro voluntário conta que a demanda diária dos colegas que têm barcos é a ronda, pedida pelos moradores que tiveram que deixar suas casas. "Eles estão solicitando para passar nas suas ruas e gravar para ver como está o estado da casa, a quantidade de água que entrou, e é muita gente. Hoje eles têm mais de cem casas para olhar. Muitas vezes o pessoal entra à uma hora [da tarde] e sai às sete fazendo essa ronda", relata Vagner Oliveira.
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